sábado, 16 de fevereiro de 2013
PAPA ENVIA MENSAGEM AO BRASIL PARA CAMPANHA DA FRATERNIDADE
Enquanto não chega o dia 28 de fevereiro, data marcada para Bento XVI deixar o cargo, o papa mantém suas funções como líder da Igreja Católica. Nesta quarta-feira, data que marca o começo da campanha da fraternidade, Bento XVI enviou uma mensagem ao povo brasileiro. O tema deste ano será “Fraternidade e Juventude”, em uma referência à Jornada Mundial da Juventude, que será sediada no Rio de Janeiro e atrairá aproximadamente 1,5 milhão de católicos.
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI EM OCASIÃO DA QUARESMA
“Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa.
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa.
Estes quarenta dias de penitência nos recordam os dias que Jesus passou
no deserto, sendo então tentado pelo diabo para deixar o caminho
indicado por Deus Pai e seguir outras estradas mais fáceis e mundanas.
Refletindo sobre as tentações a que Jesus foi sujeito, cada um de nós é
convidado a dar resposta a esta pergunta fundamental: O que é que
verdadeiramente conta na minha vida?
Que lugar tem Deus na minha vida? O senhor dela é Deus ou sou eu?
Que lugar tem Deus na minha vida? O senhor dela é Deus ou sou eu?
De fato, as tentações se resumem no desejo de instrumentalizar Deus
para os nossos próprios interesses, em querer colocar-se no lugar de
Deus.
Jesus se sujeitou às nossas tentações a fim de vencer o maligno e abrir-nos o caminho para Deus.
Por isso, a luta contra as tentações, através da conversão que nos é
pedida na Quaresma, significa colocar Deus em primeiro lugar como fez
Jesus, de tal modo que o Evangelho seja a orientação concreta da nossa
vida.
Possa cada um de vós viver estes quarenta dias como um generoso caminho
de conversão à santidade que o Deus Santo vos pede e quer dar!
As suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias! Obrigado!”
As suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias! Obrigado!”
TEMPO DA QUARESMA
A Igreja está vivendo a Quaresma que, na linguagem corrente, abrange os dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até o Sábado Santo. Contudo, a liturgia propriamente quaresmal começa com o primeiro Domingo da Quaresma e termina com o sábado antes do Domingo da Paixão. Pode ser considerado o tempo litúrgico mais rico em ensinamentos e foi intituido como preparação para o Mistério Pascal.
Com a imposição das cinzas, se inicia uma estação
espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer se preparar
dignamente para viver este Mistério que compreende a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Este tempo vigoroso do Ano litúrgico se caracteriza
pela mensagem bíblica que pode ser resumida em uma palavra: " matanoeiete", que
quer dizer "Convertei-vos". Este imperativo é proposto à mente dos fiéis
mediante o austero rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras
"Convertei-vos e crede no Evangelho" e com a expressão "Lembra-te de que és pó e
para o pó voltarás", convida a todos a refletir sobre o dever da conversão,
recordando a inexorável caducidade e efêmera fragilidade da vida humana, sujeita
à morte.
O jejum, prática própria deste tempo e prescrita pela Igreja aos fieis, consistia originariamente numa única refeição tomada à tardinha; por volta do século XV tornou-se uso comum o almoço ao meio-dia. Com o correr dos tempos, verificou-se que era demasiado penosa a espera de vinte e quatro horas; foi-se por isso introduzindo o uso de se tomar alguma coisa à tarde, e logo mais também pela manhã, costume que vigora ainda hoje. O jejum atual, portanto, consiste em tomar uma só refeição diária completa, na hora de costume: pela manhã, ao meio-dia ou à tarde, com duas refeições leves no restante do dia, ou seja, tomar uma só refeição, bem nutrida, e nas outras horas tomar porções mais reduzidas, suficientes apenas para saciar-se e não para "empanturrar-se";
A Igreja prescreve, além do jejum, também a abstinência de carne, que consiste em não comer carne ou derivados, em alguns dias do ano, que variam conforme determinação dos bispos locais e que, como manda a Regra do Carmo, é obrigatório ao carmelita nas quartas e sextas (assim como o jejum obrigatório também nas sextas-feiras).
Praticar a abstinência é privar-se de algo, não só de carne. Por exemplo, se temos o hábito diário de assistir televisão, fumar, etc, vale o sacrifício de abster-se destes itens nesses dias. A obrigação de se abster de carne começa aos 15 anos e deve ser observado, nos dias previstos, até o fim da vida. A obrigação de jejuar vai dos 21 aos 59 anos. Quem está doente (isto também vale para as mulheres grávidas) não está obrigado a jejuar.
Assim como no Antigo Testamento, devemos relembrar o retiro de Moisés, o longo jejum do profeta Elias e do Salvador. Este é um tempo essencialmente de mortificações, renúncias e penitências. É tempo de, unidos à Cristo, subirmos o monte em oração e seguir a Cristo até o Calvário, para então, com ele, ressuscitarmos, pois, como diz São Paulo: "Participamos dos sofrimentos de Cristo para participarmos também da sua glória" (Rom. 8, 17).
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
BENTO XVI ANUNCIA SUA RENÚNCIA COMO PAPA
O Vaticano confirmou na manhã desta segunda-feira, memória de Nossa Senhora de Lourdes, que o papa Bento
XVI vai renunciar ao posto de líder mundial da Igreja Católica no próximo dia
28 de fevereiro. Ele anunciou em latim a decisão pela primeira vez durante um
consistório (reunião de cardeais) no Vaticano nesta segunda-feira.
Em comunicado, o Papa disse que tomou a decisão por considerar que
sua condição de saúde e idade avançada já não eram adequadas para continuar no
cargo. Ele continuará realizando suas funções normalmente até o dia 28 de
fevereiro.
"Após ter repetidamente examinado minha consciência ante
Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, não
são mais ideais para um adequado exercício do ministério Petrino", disse o
Papa em comunicado.
Em entrevista coletiva para esclarecer a decisão do Papa, o
porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou na manhã desta segunda-feira
que a decisão pegou "todos de surpresa", incluindo os assistentes
mais próximos. Ele também salientou que a decisão não foi tomada por quaisquer
dificuldades que Bento XVI possa ter encontrado em seu papado, nem por uma
doença específica, apenas pela idade avançada.
Bento XVI completará 86 em abril. Ele é o terceiro Papa mais velho
da história, atrás apenas de Leão XII, que morreu aos 93 anos, e Clemente X,
que chegou aos 86 anos.
O porta-voz disse que o novo Conclave para eleger um novo Papa
deverá ser realizado em algum ponto de março, antes do final do mês. Bento XVI
não irá participar da escolha, segundo Lombardi.
O porta-voz também anunciou Bento XVI deve ir à residência papal
de verão, nas proximidades de Roma, após sua renúncia entrar em efeito.
Posteriormente, o Papa deve retornar ao Vaticano para morar em uma residência
reclusa e dedicar o restante de sua vida a orações, escrever e estudar a fé.
Em entrevista à agências de notícias alemã DPA, Georg Ratzinger,
irmão mais velho de Bento XVI, afirmou que o sumo pontífice tem cada vez mas
dificuldades para andar, o que complica sua vida pública, e ressaltou que seu
"irmão quer mas tranquilidade a esta idade". "A idade
oprime", disse Georg.
O alemão Joseph Ratzinger, 85 anos, se tornou Papa em abril de
2005. Ele substituiu João Paulo II, que morreu no mesmo mês. Ao contrário do
atual pontífice, João Paulo II permaneceu no posto mesmo doente até sua morte,
aos 92 anos.
Bento XVI deveria vir ao Brasil em julho deste ano. Ele
participaria da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro.
Renúncia Papal
A renúncia de um Papa está
prevista no Código de Direito Canônico, que estabelece que para que seja válida
é necessário que seja livre e especifica que não precisa ser aceita por
ninguém.
"Se o Romano pontífice renunciar a seu ofício, requer-se para
a validade que a renúncia seja livre e se manifeste formalmente, mas que não
seja aceita por ninguém", estabelece o cânone 332,2 do Código de Direito
Canônico, único elemento válido para julgar o tema.
O último Sumo Pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415.
Bento XVI é o quarto Papa a renunciar ao cargo.
"Queridos irmãos,
Eu convoquei vocês para esse Consistório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicá-los de uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência ante Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, não são mais ideais para um adequado exercício do ministério Petrino. Eu estou bem consciente de que esse ministério, devido à sua essencial natureza espiritual, deve ser realizado não só com palavras e ações, mas não menos com orações e sofrimento. Contudo, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de profunda relevância para a vida da fé, de modo a governar a casa de São Pedro e proclamar o Evangelho, ambas as forças mental e de corpo são necessárias, forças que em mim nos últimos meses se deterioraram a um ponto que eu tenho de reconhecer minha incapacidade para cumprir adequadamente o ministério a mim confiado. Por esta razão, e totalmente ciente da seriedade do ato, com toda a liberdade eu declaro que renunciarei ao ministério do Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pelos cardeais em 19 de abril de 2005, de maneira que, a partir das 20h do dia 28 de fevereiro, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, estará vaga e um Conclave para eleger o novo Sumo Pontífice deverá ser convocado por aqueles competentes para isso.
Queridos irmãos, eu os agradeço com muita sinceridade por todo amor e trabalho com o qual vocês apoiaram o meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, confiemos a nossa Santa Igreja aos cuidados de nosso Supremo Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar que sua sagrada Mãe Maria para que ela ajude os Padre Cardeais com a sua solicitude materna na eleição do novo Sumo Pontífice. Em relação a minha pessoa, eu desejo também devotadamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro através de uma vida dedicada a orações."
Eu convoquei vocês para esse Consistório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicá-los de uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência ante Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, não são mais ideais para um adequado exercício do ministério Petrino. Eu estou bem consciente de que esse ministério, devido à sua essencial natureza espiritual, deve ser realizado não só com palavras e ações, mas não menos com orações e sofrimento. Contudo, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de profunda relevância para a vida da fé, de modo a governar a casa de São Pedro e proclamar o Evangelho, ambas as forças mental e de corpo são necessárias, forças que em mim nos últimos meses se deterioraram a um ponto que eu tenho de reconhecer minha incapacidade para cumprir adequadamente o ministério a mim confiado. Por esta razão, e totalmente ciente da seriedade do ato, com toda a liberdade eu declaro que renunciarei ao ministério do Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pelos cardeais em 19 de abril de 2005, de maneira que, a partir das 20h do dia 28 de fevereiro, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, estará vaga e um Conclave para eleger o novo Sumo Pontífice deverá ser convocado por aqueles competentes para isso.
Queridos irmãos, eu os agradeço com muita sinceridade por todo amor e trabalho com o qual vocês apoiaram o meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, confiemos a nossa Santa Igreja aos cuidados de nosso Supremo Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar que sua sagrada Mãe Maria para que ela ajude os Padre Cardeais com a sua solicitude materna na eleição do novo Sumo Pontífice. Em relação a minha pessoa, eu desejo também devotadamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro através de uma vida dedicada a orações."
BENTO XVI
Rezemos pelo Santo Padre e pela Santa Igreja!
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