terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI POR OCASIÃO DA TRAGÉDIA EM SANTA MARIA - RS





NÚMERO DE MONJAS É O MAIOR DESDE O SÉCULO XVIII (18)

Ordem das Carmelitas Descalças, por exemplo, possui hoje no país mil integrantes, 300 a mais que há dez anos



Os olhos verdes de Laura, 27, brilham, e o rosto se abre em um largo sorriso ao relembrar de seus 12 anos, quando viu pela primeira vez aquelas mulheres através de grades.
"O primeiro impacto foi sentir aquela alegria delas atrás de uma grade", diz. "Decidi que queria viver também aquela mesma alegria."
Aos 15, chegou a pedir ao bispo autorização para se juntar a elas três anos antes do prazo permitido, mas só aos 18 entrou em um mosteiro em Franca, no interior paulista, onde vivem monjas enclausuradas.
Como Laura, viver em uma cela, atrás das grades, longe de parentes, sem acesso a TV e jornal, tem sido opção que cresce entre jovens monges e monjas enclausurados.


Desde o século 18, quando veio para o Brasil, nunca a Ordem das Carmelitas Descalças, à qual pertence Laura, teve tantas mulheres "atrás das grades" como neste início do século 21.
Uma das maiores do país, a ordem tem cerca de mil monjas enclausuradas. Dez anos atrás, eram 700.
Entre as religiosas clarissas, outra ordem no país, são hoje cerca de 300 mulheres, em 30 mosteiros. Em 1955, eram 59 monjas e três casas.
Também as passionistas, concepcionistas, visitandinas, trapistas e adoradoras estão entre as poucas nas quais mulheres vivem a forma mais radical de isolamento: a chamada clausura papal ou de vida contemplativa.
Ao contrário de freiras que atuam em hospitais, orfanatos e escolas, essas religiosas vivem reservadas do público -algumas até em grades.
"As grades não são para elas saírem, mas sim para ninguém entrar", resume o frei Geraldo Afonso de Santa Teresinha, 52, dos carmelitas.


O pouco contato com o mundo exterior ocorre nas missas. As monjas, porém, as assistem em uma ala no canto, isoladas por grade.



Sair do mosteiro só ocorre em caso extremo -para ir ao médico ou visitar os pais, quando estão muito doentes.

HOMENS
Entre os homens, a clausura radical é menor -no Brasil, só com os monges trapistas e cartuxos. A casa dos trapistas no Paraná foi criada em 1977, com quatro monges americanos. Hoje são 20, diz o abade Bernardo Bonowitz.
Os cartuxos, hoje em dez monges, chegaram em 1984 ao Rio Grande do Sul, também em quatro religiosos.
Mais conhecidos do público, os monges da Ordem São Bento, com um mosteiro no coração de São Paulo, também vivem a clausura, mas em um modelo mais flexível.
Com permissão, beneditinos podem ir à faculdade, ao mercado ou visitar a família eventualmente.
Cada um a seu modo, representantes das ordens são unânimes em tentar explicar à Folha a razão de, em pleno século 21, tantos jovens adotarem um modo de vida rígido que remete à Idade Média.
"O mundo oferece muito, mas são coisas passageiras. A clausura oferece algo mais duradouro, que preenche o vazio do ser humano", disse Maria Lúcia de Jesus, das irmãs visitandinas.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

CONVERSÃO DE SÃO PAULO



"Eu sou Jesus, a quem tu persegues, levanta-te e vai para a cidade"
(Atos dos Apóstolos, Cap. 9)


Toda a Igreja dá graças a Deus pela conversão deste Apóstolo, pela sua divina vocação e pela sua missão específica de pregar o Evangelho aos gentios. Foram tão grandes os benefícios que a Igreja recebeu da poderosa mão de Deus pelo ministério de São Paulo que, em sinal de agradecimento, quis celebrar particularmente o acontecimento da conversão do glorioso Apóstolo. Merece destaque especial o acontecimento de Damasco que foi fundamental para ele.

O apóstolo dos gentios e das nações nasceu em Tarso. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Tarso era mais do que uma colônia de Roma, era um município. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus. Foi neste ambiente, em meio a tantos títulos e adversidades, que ele foi crescendo e buscando a Palavra de Deus.

Combatente dos vícios, foi um homem fiel a Deus. Paulo de Tarso foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática. Nessa época, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores desta. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o [Santo Estevão] apedrejam, como uma atitude de aprovação. Autorizado, buscava identificar cristãos, prendê-los, enfim, acabar com o Cristianismo. O intrigante é que ele pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, mas fechado à Verdade Encarnada. Mas Nosso Senhor veio para salvar todos.

Encontramos, no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: "Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: 'Saulo, Saulo, por que me persegues?'. Saulo então diz: 'Quem és, Senhor?'. Respondeu Ele: 'Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão'. Trêmulo e atônito, disse Saulo: 'Senhor, que queres que eu faça?' respondeu-lhe o Senhor: 'Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer'".

A leitura dos Actos dos Apóstolos (Act.9,1-22) mostra-nos a importância do que sucedeu naquele providencial meio-dia a caminho de Damasco. A mudança de nome que ocorre, de Saulo para Paulo é sinal de uma radical mudança de vida. A experiência vivida por este grande homem é, sobretudo um dom, uma iniciativa de Cristo, que o chamou a uma vida nova (Act.9,15).

Conversões como a de São Paulo há poucas. De grande pecador que foi e inimigo declarado de Cristo e de sua obra, por graça excepcional transformou-se em Apóstolo da religião cristã; como tal trabalhou com uma dedicação admirável, arrostou os maiores perigos e atrozes perseguições, das quais morreu vítima, selando com o sangue a sua amizade a Cristo e a fé em sua divina palavra. Esta conversão tão extraordinária põe em evidência a possibilidade da conversão do maior pecador, e ensina-nos que para os pecados mais graves há perdão e não se deve nunca desesperar da misericórdia divina, que é infinita. É preciso, portanto, que a conversão dos pecadores seja sempre objeto das nossas súplicas, diante do trono de Deus. Como a oração, o sacrifício, o martírio de Santo Estevão alcançou para Saulo a conversão, assim a oração constante dos fiéis é um fator eminente na história da conversão dos pecadores. Estes, por sua vez, aprendam da conversão de São Paulo, que assim como este grande Apóstolo, depois de ter sido tocado pela graça divina, obedeceu incondicionalmente às ordens de Deus, apresentando-se ao sacerdote, assim também eles devem abrir o coração à voz divina, romper os laços que os prendiam ao pecado, e começar uma vida santa e agradável a Deus.


São Paulo, rogai por nós!


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

ORAÇÃO DE OFERECIMENTO DIÁRIO DE SANTA TERESINHA




NAS MÃOS DE DEUS - POEMA DE SANTA TERESA DE JESUS


Nas Mãos de Deus

Sou vossa, sois o meu fim:

Que mandais fazer de mim?

Soberana Majestade

E Sabedoria Eterna,

Caridade a mim tão terna,

Deus uno, suma Bondade,

Olhai que a minha ruindade,

Toda amor, vos canta assim:

Que mandais fazer de mim?

Vossa sou, pois me criastes,

Vossa, porque me remistes,

Vossa, porque me atraístes

E porque me suportastes;

Vossa, porque me esperastes

E me salvastes, por fim:

Que mandais fazer de mim?

Que mandais, pois, bom Senhor,

Que faça tão vil criado?

Qual o ofício que haveis dado

E este escravo pecador?

Amor doce, doce Amor,

Vede-me aqui, fraca e ruim:

Que mandais fazer de mim?

Eis aqui meu coração:

Deponho-o na vossa palma;

Minhas entranhas, minha alma,

Meu corpo, vida e afeição.

Doce Esposo e Redenção,

A vós entregar-me vim:

Que mandais fazer de mim?

Morte dai-me, dai-me vida;

Saúde ou moléstia dai-me;

Honra ou desonra mandai-me;

Dai-me paz ou guerra e lida.

Seja eu fraca ou destemida,

A tudo direi que sim:

Que mandais fazer de mim?

Dai-me riqueza ou pobreza,

Exaltação ou labéu;

Dai-me alegria ou tristeza,

Dai-me inferno ou dai-me céu;

Doce vida, sol sem véu,

Pois me rendi toda, enfim:

Que mandais fazer de mim?

Se quereis, dai-me oração;

Se não, dai-me soledade;

Abundância e devoção,

Ou míngua e esterilidade.

Soberana Majestade,

A paz só encontro assim:

Que mandais fazer de mim?

Dai-me, pois, sabedoria,

Ou, por amor, ignorância;

Anos dai-me de abundância,

Ou de fome e carestia;

Dai-me treva ou claro dia,

Vicissitudes sem fim:

Que mandais fazer de mim?

Se me quereis descansado,

Por amor o quero estar;

Se me mandais trabalhar,

Morrer quero trabalhando.

Dizei: onde? Como? E quando?

Dizei, doce Amor, por fim:

Que mandais fazer de mim?

Dai-me Calvário ou Tabor

Deserto ou terra abundante;

Seja eu como Jô na dor,

Ou João sobre o peito amante;

Seja vinha luxuriante

Ou, se quereis, vinha ruim:

Que mandais fazer de mim?

Ou José encarcerado,

Ou José Senhor do Egito;

Ou David sofrendo, aflito,

Ou David já sublimado;

Ou Jonas ao mar lançado,

Ou Jonas salvo, por fim.

Que mandais fazer de mim?

Já calada, já falando,

Traga frutos ou não traga,

Veja eu na lei minha chaga,

Ou goze Evangelho brando;

Quer fruindo, quer penando,

Sede a minha vida, enfim!

Que mandais fazer de mim?

Pois sou vossa, e Vós meu fim:

Que mandais fazer de mim?

SOB A CRUZ - POEMA DE SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ (EDITH STEIN)


SOB A CRUZ

Maria,
hoje permaneci contigo
sob a cruz
e jamais sentira tão claramente
que foi sob a cruz que te tornaste
nossa mãe.
Como a fidelidade de uma mãe da terra
não escutaria solícita a última vontade do filho?
Mas tu, tu eras a Serva do Senhor;
o ser e a vida do Deus feito Homem
estavam inteiramente inscritos
no teu ser e na tua vida.
Foi assim que tomastes os teus no teu coração,
e foi com o sangue de teus sofrimentos
que resgataste cada alma para uma nova vida.
Tu nos conheces a todos: nossas feridas, nossas chagas,
tu conheces também o esplendor celeste
que o amor de teu filho
quer difundir sobre nós na claridade eterna.
Assim, guia solícita nossos passos.
Nem um preço é para ti
muito alto para conduzir-nos
ao fim.
Mas aqueles que escolheste
para te seguir,
para te rodear, um dia, de perto
do trono eterno,
devem permanecer aqui contigo sob a cruz;
é com o sangue de seus sofrimentos
que devem encontrar o esplendor celeste
das almas preciosas
que o Filho de Deus lhes confiou em
herança.


sábado, 5 de janeiro de 2013

A ENCARNAÇÃO - POEMA DE SÃO JOÃO DA CRUZ


A ENCARNAÇÃO

Já que o tempo era chegado
em que fazer-se devia
o resgate da esposa
que em duro jugo servia,
(…)… nos amores perfeitos
esta lei se requeria,
que se torne semelhante
o amante a quem queria,
porque a maior semelhança
mais deleite caberia;
o qual, por certo, em tua esposa
grandemente cresceria
se te visse semelhante
na carne que possuia.
Irei buscar minha esposa
e sobre mim tomaria
suas fadigas e dores
em que tanto padecia;
e para que tenha vida,
eu por ela morreria,
e tirando-a das profundas,
a ti a devolveria.

FESTA DA EPIFANIA DO SENHOR



No segundo domingo após o Natal é celebrado a Epifania do Senhor que é a manifestação do Salvador a todos os povos e Nações. A manifestação de Deus na pessoa frágil do menino Jesus.

A festa da Epifania é a revelação da bondade do Deus que deseja salvar a todos. Quem entende a lógica do Deus que nasce na periferia do mundo será capaz de uma ação que desestabiliza os Herodes de hoje. O nosso caminho passa por esse Herodes, ou tem outra "estrela", outros "sonhos" para mudar a sociedade?

Os magos seguiram a estrela! E você, que tipo de "estrela" ainda continua seguindo?


Pe. Paulo Lima